quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Dia Internacional da Visibilidade Trans

Publicado originalmente:http://www.palavraoperaria.org/Dia-da-visibilidade-trans-nao-nos-calamos-gritamos


Dia da visibilidade trans: não nos calamos, gritamos!



Por: Virgínia Guitzel




Meu nome é Virgínia Guitzel, faço hoje 22 anos no dia internacional da visibilidade trans. Me reconheço como travesti há três anos, desde o 1 de maio de 2012 quando marchei com o Pão e Rosas e minha consciência política e identitária se fundiram: quem sou, que mundo vivo, o que luto para construir - diariamente.
Hoje faço tratamento psicológico como medida obrigatória para poder construir meu corpo. Minha psicóloga me perguntou como me via daqui 20 anos. Não soube responder, quando pensei em escrever sobre a visibilidade trans, pensei novamente nisso. Em meio a tantos obstáculos e vulnerabilidade, há como sonhar com algo tão longe?


Dia da visibilidade trans: não nos calamos, gritamos!

Nossa expectativa de vida segue de 35 anos em toda a América latina. Daqui 20 anos já teria superado essa expectativa, mas será que sobreviverei à prostituição compulsória? Sobreviverei à mutilação, agressões e abusos sexuais? Terei já construído meu corpo num país que segue me diagnosticando como doente mental, e que realiza apenas 12 processos cirúrgicos de “readequação” sexual por ano? Terei finalmente entrado na universidade?
Hoje é um dia que mostramos todo nosso orgulho por sermos quem somos, mesmo sendo chamadas de invertidas, de anormais, de pervertidas, pederastas e tantas outras nomenclaturas que não vou proclamar, é quando batemos no peito para dizer não somos pessoas padronizadas, não somos cisgêneras, não somos a ordem comum cultural e hegemônica, somos homens trans e mulheres transexuais. Somos também travestis, e também podemos não ser nem homens e nem mulheres, mas gêneros não binários, não definidos, e inclusive não permanentes.
Não posso prever então se serei mais uma numa estatística crescente de mortes pela transfobia. Só há incertezas se olharmos pro mundo sem acreditar que é possível transformá-lo. É por isso que minha identidade se fortalece com a certeza que tenho do potencial revolucionário que tem a classe que tudo produz, que já em tantos processos de luta se demonstrou, como quando os operários da Madygraft (ex Donnelley) na Argentina se organizam para defender uma trabalhadora trans¹, ou quando participei da luta dos “quarteirizados” do Metrô, quando os trabalhadores me defenderam da tentativa da burocracia de usar a transfobia para nos separar e não nos deixar apoiar a luta².
Tenho certeza que não existirá revolução que emancipe verdadeiramente o conjunto da humanidade sem que as identidades sejam livres e nossos corpos e mentes liberados das amostras da ideologia burguesa.
Viva o orgulho trans!

Viva a luta revolucionária contra todas as opressões!

Viva a aliança entre oprimidos e explorados!
[2] Relato publicado no livro "A Precarização tem Rosto de Mulher" de Diana Assunção (edições Iskra, 2013)

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Carta Aberta à Leelah Alcorn

Publicado originalmente em: http://www.palavraoperaria.org/Carta-Aberta-a-Leelah-Alcorn


Carta Aberta à Leelah Alcorn

Leelah Alcorn , trans, 17 anos se suicidou no dia 29 de dezembro em Ohio nos Estados Unidos. Ela se soma aos 50% de pessoas trans nos Estados Unidos que cometeram ou tentaram se suicidar antes dos 20 anos. A carta de suicídio dela foi postada no Tumbrl e muito difundida nas redes sociais. Após sua morte houve várias vigílias em Ohio e abaixo-assinados pedindo uma “Lei Leelah” que tornaria as terapias de “cura” ou tratamentos psicológicos para as pessoas trans ilegal. Escrevemos à ela e todos os que sentem sua dor, uma singela resposta.
Carta da Leelah (Tradução nossa)
Se você estiver lendo isso significa que eu me suicidei e evidentemente não consegui apagar esse post.
Por favor, não fique triste, é melhor assim. A vida que teria vivido não vale a pena viver... Pois eu sou trans. Eu poderia detalhar explicando por que me sinto desse jeito, mas este texto provavelmente não será longo o suficiente para isso. Para simplificar, eu me sinto como uma menina presa em um corpo de menino, e eu me sinto desse jeito desde meus 4 anos. Não sabia que existia uma palavra para descrever esse sentimento, tampouco que fosse possível um garoto se tornar uma garota, então nunca contei a ninguém e continuei fazendo as coisas masculinas para tentar me encaixar.
Quando eu tinha 14 anos, aprendi o que significava ser transgênero e chorei de alegria. Depois de 10 anos de me sentir confusa finalmente entendi quem eu era. Imediatamente disse à minha mãe e ela reagiu de forma extremamente negativa, dizendo-me que aquilo era uma fase, que eu jamais seria uma mulher de verdade, que Deus não cometia erros, que eu estava errada. Se vocês estiverem lendo isso, pais, por favor não digam isso aos seus filhos. Mesmo que você seja cristão ou seja contra as pessoas transgênero nunca diga isso a alguém, especialmente para o seu filho. Isso só vai fazê-lo se odiar. E é exatamente isso que aconteceu comigo.
Minha mãe passou a me levar à terapia, mas apenas aos cristãos terapeutas, (os quais eram bem preconceituosos) de forma que nunca tive a terapia que precisava para me curar da minha depressão. Apenas consegui mais cristãos me dizendo que eu era egoísta e errada e que deveria pedir ajuda para Deus.
Quando fiz 16 anos percebi que meus pais nunca aceitariam, e que eu precisaria esperar até os 18 para começar algum tipo de tratamento para fazer a transição, o que destruiu absolutamente meu coração. Quanto mais você espera, mais difícil é a transição. Eu me sentia sem esperança, (sentia) que eu iria parecer com um homem para o resto da minha vida. No meu aniversário de 16 anos, quando meus pais me proibiram de começar o tratamento de transição chorei até pegar no sono.
Passei a ter uma atitude de "foda-se" para os meus pais e me assumi como gay na escola, pensando que seria mais fácil que se assumir como trans, já que chocaria menos as pessoas. Embora a reação dos meus amigos tenha sido positiva, meus pais ficaram muito bravos. Eles sentiam-se como se eu estivesse atacando a imagem deles, e que eu era uma vergonha para eles. Eles queriam que eu fosse o perfeito garotinho cristão, e evidentemente não era o que eu queria.
Então eles me tiraram da escola, tiraram meu notebook e celular, e proibiram-me de ter contato com qualquer pessoa, isolando-me completamente dos meus amigos. Essa provavelmente foi a fase da minha vida que eu mais me senti deprimida, e me surpreendo que não tenha me matado aí. Fiquei completamente sozinha por 5 meses. Sem amigos, sem ajuda, sem amor. Apenas a decepção dos meus pais e a crueldade da solidão.
No final do ano, meus pais finalmente me deram um celular e deixaram eu usar a internet. Fiquei feliz, finalmente teria contato com meus amigos. Eles também ficaram muito felizes de me verem e falarem comigo, mas isso foi só no começo. Eventualmente eles mostraram que estavam pouco se importando comigo, e eu me senti ainda mais solitária que antes. Os únicos amigos que eu achava que eu tinha, gostavam de mim apenas por que me viam cinco dias na semana.
Depois de um verão sem ter quase amigos, pensando na universidade, economizando dinheiro para me mudar, mantendo minhas notas boas, indo à igreja toda semana e sentindo-me uma merda por que todo mundo era contra aquilo para o qual eu vivia, decidi que já era suficiente. Nunca farei a transição de forma satisfatória, mesmo quando eu me mudar. Nunca ficarei feliz com a minha aparência. Nunca terei suficiente amigos pra me satisfazer. Nunca encontrarei um homem que me ame. Nunca serei feliz. Ou viverei o resto da minha vida como um homem solitário que deseja ser uma mulher ou viverei o resto da minha vida como uma mulher solitária que se odeia. Não há saída. Não há outro jeito. Já me entristeci o suficiente, não poderia ter uma vida pior. As pessoas dizem que "tudo vai melhorar" mas não é verdade no meu caso. Fica pior. A cada dia fica pior.
Essa é a essência de tudo, o motivo pelo qual eu quero me suicidar. Desculpe-me se não há motivo suficiente para você, são motivos suficientes para mim. Para a minha herança, desejo que 100% de tudo que eu tenho seja vendido (mais o meu dinheiro no banco) e que seja doado para grupos que militam por os direitos de pessoas trans, não importa qual. O único jeito de eu descansar em paz será o dia que as pessoas transgênero não sejam tratadas do jeito que eu fui, quando forem tratada como humanas, com seus sentimentos e direitos humanos respeitados. Gênero precisa ser ensinado nas escolas, quanto mais cedo melhor. Minha morte precisa significar alguma coisa. Minha morte precisa ser acrescida ao número de pessoas transgênero que cometeram suicídio esse ano. Quero que alguém olhe esse número e diga: "isso é foda" e conserte isso. Consertem a sociedade. Por favor.
Adeus, 
(Leelah) Josh Alcorn
Nossa resposta:
Querida Leelah,
É difícil saber como começar esta carta. Nós lemos a sua nota de suicídio, como tantos outros lerão. Nos afetou profundamente, como pessoas LGBT, sentimos a sua dor. Até mesmo as pessoas que nunca vivenciaram essa sensação de profunda exclusão social e incompreensão podem com as suas palavras ter dimensão das dificuldades que sofremos diariamente. Mesmo com milhares de quilômetros nos separando, com experiências de vida profundamente diferentes, pessoas LGBT em todo o mundo conhecem a sua dor porque é a nossa também. Sabemos o que é ser rejeitados por nossas famílias, se sentir sozinha em um mar de amor hetero e não ter nenhum recurso para que nosso corpo se adeque aos nossos anseios. Somos também trabalhadoras, e por isso, sabemos o que é não ter a grana pra exercer o nosso gênero ou sexualidade plenamente e livremente. Não te conhecemos Leelah, conhecemos a sua dor e sua ida também levou um pedaço de nós.
Mas teve outra coisa que reconhecemos em você. Você entende o sistema que nos oprime e que é organizado para que mais de nós sejamos derrotadas por tantas humilhações e sofrimentos. Nesta sociedade que quer que vejamos tudo como um problema individual, você entende a sua opressão ligada aos problemas sociais: a falta de educação sexual nas escolas, o descaso do governo sobre nossa condição de extrema marginalização, etc. O seu sangue está nas mãos da sociedade homo-lesbo-transfóbica. Esta sociedade tem a sangue de muitas pessoas LGBT nas mãos, a igreja, o Estado e os governos são todos responsáveis! Você esteve certa, até o fim.
O artigo que encontramos no jornal "Daily Mail" fala que você culpou sua opressão no seus pais. Sentimos que nossas famílias são parcialmente responsáveis?por a nossa opressão, as incansáveis tentativas de cura, tratamento ou salvação divina nos faz adoecer. Nos odiarmos, nos sentirmos culpadas por sermos o que somos e desejar não ser nós mesmas é a consequência da sociedade capitalista voltada ao lucro, oprimindo e explorando para que poucos possam seguir vivendo sob as custas de poucos.
O capitalismo lucra muito na base da heterossexualidade, em naturalizar os papéis dos gêneros no qual a mulher tem que cuidar dos filhos e manter os trabalhadores com roupas e comida para que possam continuar trabalhando. A mulher faz isso sem nenhuma compensação monetária porque é visto como seu "papel natural". Os patrões organizam a sociedade para garantir que não tenham gastos com a reprodução da vida das pessoas e dessa maneira mantém as opressões para que não possamos dar uma saída coletiva, pois muitos de nós mesmos reproduzimos essa ideologia. Nossos pais não podem controlar essa influência tão disseminada nas televisões, rádios, revistas, universidades e nos livros didáticos. É um ciclo vicioso, da qual nossos pais, amigos, familiares, companheiros por vezes se deixam acreditar e não sabem o quão maldosos, opressores e responsáveis por nossa morte estão sendo.
Aqui no Brasil, houve um projeto chamado kit anti-homofobia pra se ensinar nas escolas sobre as sexualidades não-heterossexuais, mais foi vetado pelos acordos do governo com as bancadas religiosas. Depois um pastor assumiu a Comissão de Direitos Humanos (uma grande contradição com os direitos humanos!) e defendeu um projeto de lei conhecido como “Cura Gay” para permitir que os psicólogos voltassem a encarar como doença nossa sexualidade e assim oferecer “tratamentos” (popularmente conhecido como torturas psicológicas e/ou físicas).
Foram as massivas mobilizações de Junho que se colocaram contra isso e puderam barrar essa tentativa de retroceder numa resolução de 23 anos quando a homossexualidade saiu do Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas isso não bastou para que tivéssemos uma vida melhor no Brasil. Nós travestis e transexuais seguimos com a expectativa de apenas 35 anos, somos as que estamos mais excluídas tendo a prostituição como única alternativa e tendo ainda que recorrer aos métodos mais precários para construção de gênero, como silicone industrial e a utilização dos hormônios sem acompanhamento médico. Somos a maioria analfabeta e sem acesso à cultura, não temos o direito à vida, só podemos então sobreviver.
Escrevemos essa carta, mesmo sabendo que você nunca poderá lê-la, Leelah. Você foi mais uma vítima do capitalismo e de sua permanente perseguição, repressão e opressão contra os LGBT. Escrevemos então, porque há muitas Leelah pelo mundo que também estão batalhando para seguir vivas e que esperamos fazer com que nossa carta possa dar voz para muitas outras "cartas" que gritem que nossos corpos são campos de batalha, diárias, e por isso devemos nos organizar, todas juntas, para mudar essa situação.
Somos Leelah e também somos Geia Borghi, trabalhadora aqui do Brasil que foi brutalmente assassinada, ficando irreconhecível, que é uma prática de nos mutilar para nos desmoralizar enquanto LGBT e para aprofundar nossa invisibilidade, já que aqui nem registro de mortes temos, porque o governo se recusa a reconhecer que existe homo-lesbo-transfobia.
Sentimos ódio, Leelah. Sentimos muito ódio do estado capitalista, da heterossexualidade compulsória e tristeza por suas vitimas quando lemos sua carta. É tão profunda e tão cheia de denúncias que nossos olhos enchem de lágrimas ao mesmo tempo que fortalece nosso ódio e que nos mantém vivas. Você está certa que as coisas não vão melhorar quando crescemos, elas pioram e se aprofundam. Porém quando nos organizamos podemos preparar, desde baixo, nossa revolução.
Uma luta com tantos outros que por diferentes razões também não veem força para continuar e sabem que a tendência não é que melhorem para nós. Por isso, à todos e todas que ao lerem sua carta tenham se sentido Leelah, tenham se visto como tantas vezes já decidimos, tentamos ou preferíamos ter tomado essa decisão, dizemos que é preciso dar um basta nessa situação. Chega de transfobia e de homofobia! Se a cada 28 horas um de nós é morto no Brasil, se a cada 5 dos casos de homofobia no mundo, 4 são do Brasil. Então, temos que fazer algo a respeito.
Leelah, nos escute: vamos vingar todas as que foram vencidas por esse sistema. E lutaremos para que seus sonho, e a vida que não lhe foi garantida, seja uma realidade para as futuras gerações. Nós também não poderemos viver o mundo que queremos, o mundo que produzimos e o mundo que lutamos para construir. Nascemos e já estamos há muitos anos presa nessas limitações impostas. Mas temos a certeza que temos força, se nos unirmos, se olharmos para nossa história e nos levantarmos, com a moral de StoneWall, com o ódio dos Panteras Negras e com a indignação que tomou as ruas depois dos assassinatos de Mike Brown e Eric Garner assim como a indignação que sentimos a cada palavra que escreveu e nos rebelarmos.
A insurreição há de ser organizada. Seremos a linha de frente, pois o novo mundo nos pertence.
De suas companheiras de combate e opressão,
Em profunda solidariedade
Virginia, Tati e todas as LGBT que gritam e confiam que a vitória estará do nosso lado

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

O combate às opressões e a Revolução - Parte IV e V



Parte IV

A centralidade da classe trabalhadora no combate às opressões 

A opressão na sociedade de classes, capitalista, toma uma propriedade de particular das distintas sociedades a que sucederam. As classes sociais, definidas por sua relação com o trabalho, os meios de produção e sua condição material produziram uma relação antagônica entre a classe dos exploradores (donos dos meios de produção) e a classe com maioria populacional produtora de todas as coisas (dona apenas de sua força de trabalho, vbendida em troca de um salário). A exploração capitalista, base fundamental da ordem vigente, se torna um elemento preponderante para qualquer análise séria sobre o capitalismo e sua responsabilidade na manutenção das opressões.

Por vezes, o feminismo e o movimento negro assim como as diversas vertentes que lutam pelos direitos dos LGBT e pela emancipação sexual reproduziram um discurso que parte de fazer uma separação abstrata da econômica da política. Reunindo grupos sociais pela denominação de “classe de mulheres”, “classe LGBT” e a “classe dos negros”, os oprimidos se agrupam de maneira separatista (fechada para outros segmentos sociais). Ao fazer esse divórcio entre o econômico e o político, e pressionados pela exacerbação do individualismo, da singularidade individual incapaz de se reconhecer na universalidade se provoca uma ruptura importante para a análise e orientação rumo ao fim das opressões e pela emancipação humana. Acaba por importar muito pouco, ou diretamente não importar, as diferenças sociais e econômicas para a luta contra as opressões. Ou mesmo a necessidade objetiva de que se tenha condições materiais, a partir da planificação da economia e do controle da maioria da população sobre os gastos e investimentos do mundo, para se combater efetivamente toda forma de opressão.

Também se é encontrado o discurso de que os marxistas possuem um fetiche com a classe trabalhadora, buscando camuflar as opressões que ocorrem em seu interior e reivindicando uma "saída eurocentrica, branca e heterossexual" contra a teoria criada pelos próprios oprimidos. Contudo, não se separa muitas vezes o marxismo revolucionário do stalinismo (o “Termidor” das Revolução Russa). Foi em combate a concepção stalinista de que debater as opressões dividiria os trabalhadores e que seriam assuntos para “depois da revolução” é que se construiu a Oposição de Esquerda, a IV Internacional, e os princípios dos trotskistas marxistas. Também longe de um fetichismo com a classe operária, nós marxistas nos apoiamos numa análise científica e minuciosa do sistema capitalista, desde sua formação com o surgimento da classe burguesa e proletária, na profunda transformação no campo e na cidade, até sua fase imperialista, onde o desenvolvimento das forças produtivas, assim como o conjunto das potencialidades humanas estão comprometidas pela ganância e sede em lucro de uma pequena minoria que detém os meios de produção e não pôde permitir o desenvolvimento da sociedade sem assinar ao mesmo tempo seu atestado de óbito. 

A localização estratégica da classe trabalhadora no conjunto da produção determinando a economia e também a subsistência do conjunto da humanidade, produzindo todas as necessidades humanas (biológicas ou culturais) lhes garante um potencial revolucionário de colocar pela primeira vez na história, um governo verdadeiramente da maioria, já que ao tomar o poder da burguesia, a classe trabalhadora sendo maioria da população não poderia constituir um governo como dos anteriores, quando poucos se apossavam do poder político e militar a serviço de se manter às custas das massas populares. Essa nova forma de organizar a sociedade em proveito da maioria explorada e oprimida, daria as bases materiais fundamentais para o pleno avanço subjetivo e social humano. Seria o início, então, de uma nova sociabilidade. 

Esse potencial revolucionário que orienta a perspectiva estratégica daqueles que buscam sua emancipação, nada servirá senão estiver armado de uma estratégia verdadeiramente revolucionária que tenha como objetivo final o comunismo. Ao mesmo passo que, se a atuação dos revolucionários for abstencionista frente aos inúmeros enfrentamentos que se deve ter com a consciência atrasada de um movimento operário sofrido por derrotas categóricas, educado pela ideologia dominante e principalmente atingido pelo discurso neoliberal que separou até os dias de hoje os setores oprimidos das pautas do movimento operário não há como a classe operária emergir como sujeito político independente que carrega consigo todo o potencial transformador que sua condição material o permite.

Nós, trotskistas, que carregamos os fios de continuidade do marxismo revolucionário, temos defendido a teoria da revolução permanente como a única teoria comprovadamente que poderá dar um fim nas opressões, partindo da atual globalização do capitalismo e da clareza estratégia do processo de metamorfose que a revolução incondicionalmente terá de passar para se livrar do que há de mais atrasado e mais bárbaro produzido na cultura e no modo de vida pelo regime de exploração capitalista.

Por isso, desde nossa corrente internacional, Fração Trotskista - Quarta Internacional, viemos lutando contra essa separação do movimento operário dos movimentos sociais, partindo de uma concepção marxista que o movimento operário para merecer a revolução que lhe cabe, precisa atuar como tribuna do povo, utilizando seu poder impactante da economia e da vida real das pessoas para pautar as demandas dos setores mais invisibilizados, dos que mais sofrem com as mazelas do capitalismo e não possuem iguais condições para denunciar o Estado, a polícia assassina e a burguesia ou seus algozes.  Portanto, travamos um duro combate para forjar uma vanguarda operária comunista, onde os trabalhadores lutam não apenas contra a exploração que sofrem, mas por um projeto de mundo que libere a humanidade para se desenvolver em toda sua capacidade. 

É com essa concepção que pudemos atuar enfaticamente na antiga fábrica Donnelley, hoje Madygraf sobcontrole operário, na defesa de uma companheira transsexual contra as tentativas da patronal de humilha-la e não garantir condições básicas para que exercesse sua identidade de gênero. Lutamos na Argentina desde o Partido dos Trabalhadores Socialista (PTS) para que a companheira tivesse uma ducha própria, pudesse utilizar seu nome social no trabalho e não fosse descriminada, o que ajudou a educar o conjunto dos trabalhadores, não apenas no respeito à diversidade, mas também no potencial de sua força quando organizada que pode garantir a igualdade da vida, que lei alguma pode garantir. 

No Brasil, desde nossas poucas forças atuamos na greve dos trabalhadores da universidade de São Paulo de mais de 116 dias colocando todas nossas forças a serviço da vitória dos trabalhadores. Mas como citei acima, não queremos que os trabalhadores só discutam salário e os políticos e a burguesia discuta a política. Por isso, debatemos no interior da categoria, no meio dessa intensa greve, a luta do povo negro nos Estados Unidos e no Brasil, debatemos a luta das mulheres e a saúde pública e fizemos um debate inédito no movimento operário sobre "Machismo, homofobiae trabsfobia".

No metro de São Paulo, após a agressão de um companheiro de trabalho homossexual junto de seu namorado, impulsionamos uma forte campanha contra a homofobia para demonstrar que há um contraponto na realidade nacional e que lutamos para que as respostas que encontramos seja ao lado dos trabalhadores. 


Entre o pacifismo e o revanchismo: a relação dialética dos meios que determinam os fins 

As necessidades da humanidade são desenvolvidas e supridas de acordo com sua condição econômica. O que lutamos para que seja um direito na vida real das pessoas, é hoje ainda visto como privilégio, uma vez que o capitalismo é incapaz de desenvolver para as massas populares um amplo desenvolvimento econômico, político e cultural. As opressões contribuem na dominação de classe e na divisão entre as fileiras de trabalhadores, buscando conceder a grupos sociais alguns direitos elementares, quando outros grupos seguem sofrendo em distintos níveis pela ausência da “ampliação da cidadania”.

Se há uma certeza que em momentos de crise econômica se reafirma, é que nenhum dos direitos conquistados através das lutas são perenes. Pelo contrário, são direitos que se mantém na medida que a correlação de forças objetiva permite, todavia se demonstrou o fracasso da estratégia experimentada pelos movimentos da década de 90, da “democratização radical da democracia”, e das outras variantes que definiam a revolução como a conquista acumulativa e paliativa de direitos sociais. Como se fosse, por uma via pacifica e gradualista que se fosse alcançar um mundo libertador. É então reconhecendo a necessidade de uma verdadeira revolução, insurrecional, que arrancaremos das mãos dos exploradores e opressores o mundo que nos é roubado todos os dias.

Por outro lado, falta aos movimentos de oprimidos uma crítica mais detida a democracia burguesa degradada, que não pode verdadeiramente incluir, pois é uma democracia apenas para os ricos. É importante pontuar que a extensão da democracia burguesa acompanhada de uma ampliação dos direitos políticos formais foi uma cobertura para o avanço do capitalismo e do sistema de dominação, causando não apenas a cooptação de muitos movimentos e nesse sentido o imobilismo das massas oprimidas como também o ceticismo das grandes transformações. 

Por isso, para os revolucionários, o ódio de classe é uma demanda motora fundamental. Estamos contra o sentimento pacifista pequeno burguês que serve apenas para conservar o poder nas mãos dos exploradores e disciplinar de maneira mais ou menos esperançosa – doutrinaria – a classe explorada. Nosso ódio é dirigido a classe dos exploradores que vive as custas do suor cotidiano dos trabalhadores, do assassinado cotidiano do povo negro, da marginalidade de que nos encontramos como travestis, homens-trans e mulheres transexuais e da repressão sexual generalizada para as massas populares, mais determinante para os LGBT que morrem, adoecem e se suicidam devida a exclusão social. 

A razão política de compreender o funcionamento do capitalismo produz por si só esse sentimento legítimo de ódio a classe dominante. Como outrora, foi do povo negro escravizado contra os seus senhores e segue sendo contra a polícia nos morros e nas periferias de todo o país. Como são odiadas as tropas brasileiras e americanas da ONU que ocupam o Haiti há mais de 10 anos entre tantos outros exemplos.

Os 30 longos anos de restauração capitalista que citei na primeira parte deste artigo, é contudo uma das razões de ter se apagado o horizonte das massas e de amplos setores de lutadores a revolução como uma alternativa para nossa emancipação.  É então, nesse contexto que se produz um intenso retrocesso cultural, onde os questionamentos sociais, a relação entre a vida cotidiana com o regime político e econômico se perderam. Se fortaleceu, todavia a estratégia da miséria do possível que, por exemplo, o Partido dos Trabalhadores se apoia, numa perspectiva de alianças nefastas com a direita a serviço da "governabilidade", que tragicamente tenta repetir o PSOL. Dessa maneira, as pequenas concessões adquiridas em um momento de crescimento econômico se mantem frágeis frente a dinâmica da crise capitalista internacional.

É articulando um programa de reivindicações que possua um caráter transitório, que possa fazer com que a consciência das massas entre em conflito a partir das demandas mais sensíveis com os representantes políticos, o capitalismo e as classes dominantes é que damos passos firmes no rumo ao fim de todas as opressões. Sem a construção de uma força material que possa dedicar sua vida pela construção das ferramentas e da sociedade que queremos construir, não haverá como arrancar das mãos dessa classe parasita o que nos é por direito. Por isso,  criticamos repetidas vezes a esquerda tradicional que em meio a estes anos, não se colocou a tarefa de construir grandes partidos militantes, que dessem fortes combates decisivos na disputa entre as classes da hegemonia dos setores oprimidos, permitindo que se mantenha a ilusão catastrófica de que a burguesia ou os governos ditos como progressistas poderiam encontrar alguma saída para “todas as classes”.

Todavia essa crítica serve ao movimento de oprimidos que se limita a produção teórica e acadêmica descolada da luta de classes e das tarefas da revolução internacional. Não há outras palavras para descrever essa ideia unilateral de defesa da paz, da democracia burguesa, e das mudanças culturais separada de uma verdadeira transformação no mundo concreto, senão pelo pacifismo. A bandeira do comunismo tão calorosamente defendida por nós, não significa a polarização stalinista da “luta maior” contra as “lutas secundarias”. Pelo contrário, é a defesa de uma sociedade que para ser alcançada precisa passar por um processo profundo de transformação, isto significa, que no calor da revolução e do processo da “revolução dentro da revolução”, que popularizamos por Revolução Permanente. É preciso dar o verdadeiro protagonismo para a vida das pessoas, olhar o mundo com os olhos bem abertos e ter clareza das limitações que ainda temos, mas o potencial de uma sociedade onde todos podem refletir e se apropriam do que já foi produzido para responder a estas limitações e superá - las. 

Não somos movidos pelo revanchismo, nem pela vingança. Não utilizamos dos métodos da burguesia como as opressões, a tortura ou o terrorismo como método para derrotar o capitalismo e a classe dominante. Acreditamos que diferentemente do jargão "O fim justifica os meios", os meios determinam o fim que estamos lutando para construir, que para nós é o comunismo. Devemos então não ficar inertes a guerra cultural, ao humor, aos costumes e a ideologia. Atuamos para forjar uma nova identidade humana não pautada pelo dinheiro, pelo lucro, pelo capital. Por isso defendemos a auto - organização da classe trabalhadora enquanto classe revolucionária capaz de arrancar as correntes que nos prendem. E assim constituir desde já um duplo poder, questionando quem realmente deve controlar a sociedade, não a partir de representantes individuais, personalistas, mas a partir dos locais e trabalho e estudo. Por isso nos inspiramos na revolução russa, onde a classe trabalhadora deu a voz e o caminho para o novo homem, a nova mulher, os novos seres humanos a começar a dar seus primeiros passos, na verdadeira história da humanidade, plena e capaz de desfrutar integralmente do que for produzido.

Parte V


A questão do Estado e da luta contra as opressões

A extensão geográfica das democracias burguesas degradadas e a ausência  de estados operários devido ao processo de restauração corou a democracia burguesa e o Estado capitalista como um dos marcos mais avançados do processo "civilizatório" omitindo as heróicas lutas dos oprimidos e trabalhadores que estabeleçam regimes muito mais democráticos e avançados como a experiência da revolução russa até 1936, quando a política stalinista desvio os rumos do processo a serviço dos interesses da burocracia estatal.

Na atualidade, a reconfiguração dos movimentos de oprimidos por fora da uma reflexão estratégica de como arrancar nossa emancipação pelas vias da revolução e a ausência de uma crítica ao Estado como um grupo armado e político protetor da propriedade privada, nos aponta alguns dos limites imposto pelo ceticismo nas grandes transformações e na possibilidade, outrora ao alcance da mão, da revolução socialista.
A compreensão dos grupos sociais como classes, produz uma subvalorização do econômico sob o cultural para definir esses agrupamentos. As consequências dessa análise indica as bases que diferenciam a maneira como erguemos a luta dos setores oprimidos, sua organização e bandeiras.

O Estado capitalista que busca iludir com a mesma separação entre econômico e político de maneira fetichista, pois as diferença entre as classes e entre a economia, isso é ser trabalhador ou dono dos meios de produção, definem o acesso aos diretos formais que o Estado avançou a conceder a partir da luta revolucionária, seja as leis que reconhecem as diferenças entre homens e mulheres, como a Lei Maria da Penha, demonstrando que é necessário atuar para combater a profusa submissão, violência e humilhações que sofrem as mulheres pela falta de uma verdadeira igualdade de gênero, algo funcional e necessário para a manutenção da ordem vigente. 

A confluência das correntes de oprimidos com esse divórcio produz uma adaptação ao Estado como se este estivesse acima das classes sociais, com um propósito de intermediar as relações de poder, não conservar a sociedade de classes e o poder político e militar na mão da burguesia.

É neste março que a luta pelos diretos formais se insere, numa perspectiva acumulativa, sem entender a própria impossibilidade, pela própria essência do Estado, de se colocar verdadeiramente pelos que mais sofrem com este sistema econômico e político. Se reafirmamos, ao longo da história dos partidos comunistas, a importância da denúncia desse regime podre e também o reconhecimento das diferenças sociais entre os distintos grupos, também atuamos para desmascarar a possibilidade de que a extensão da cidadania, dos direitos formais possa se dar na vida real da maioria da população enquanto sobreviver essas bases de desigualdade social.
A compreensão das opressões como formas mais aperfeiçoadas de subjugar e reprimir o conjunto da classe trabalhadora e daqueles que questionam a ordem atual das coisas, significa que não se pode desassociar as dificuldades objetivas e subjetivas para estes grupos da responsabilidade direta do Estado e dos governos representantes da classe burguesa. É então com essa clareza que assumimos que o controle da sociedade hoje está nas mãos da classe dos exploradores, sendo eles pertencentes a distintos grupos sociais. Se comprova então que a relação entre os grupos sociais não poderia se dar de maneira anárquica ou mesmo superior aos instrumentos estatais e suas instituições militares ou não. Portanto, as profundas diferenças existentes entre brancos e negros, entre a comunidade LGBT e os heterossexuais e pessoas cisgêneras e entre homens e mulheres não estão preservadas por fora de se relacionarem,  fundindo-se ao sistema econômico-político vigente. E estão submetidas a desigualdades devido às particulares de cada opressão, não sendo possível uma análise somatória, sem provocar distorções.

Portanto a caracterização do Estado como um instrumento de classe para a manutenção do regime burguês é decisiva para se construir um verdadeira movimento anti-opressão que possa questionar profundamente as origens e a atual estrutura que perpétua as opressões. 


 Os privilégios entre grupos ou entre as classes sociais?

Retomando o debate sobre os privilégios iniciado brevemente neste artigo, me parece necessário reafirmar alguns critérios para este conceito. Privilégio, é a obtenção de alguma capacidade cultural ou propriedade material em detrimento de um grupo, classe ou indivíduo.  É utilizado pelos movimentos como uma ferramenta de denúncia das profundas e gigantescas diferenças que se pode viver sendo homem ou mulher, do racismo estrutural do Brasil que impõem uma discrepante entre a vida do povo negro e dos brancos, assim como a constante notícia de brutais assassinados e crimes de ódio à LGBT demonstra como a repressão sexual generalizada não tem o mesmo impacto e as mesmas consequências para todas as pessoas. A luta por iguais direitos, iguais salários, igualdade nas leis e na vida é uma bandeira da qual os comunistas sempre defenderam. Porém quando discutimos privilégios nos dividimos com os atuais movimentos de opressão, pois somos críticos a generalização dos privilégios por grupos sociais policlassistas, desconsiderando mais uma vez a relação dialética entre opressão e exploração. Isto é, as contradições profundas do capitalismo de grupos que compartilham da opressão, mas de maneira a distintas pois sua posição de classe é determinante para definir os contornos de opressão.

Só poderão ser beneficiados pelo Estado, com os diretos formais e sua proteção armada a classe que está ali representada, isto é a burguesia e setores restritos da pequena burguesia. O conjunto dos homens proletários, ainda que estejam legalmente protegidos e respaldados também pela moral machista, não podem usufruir do Estado como um instrumento de opressão sob as mulheres, pois é este Estado que garante sua exploração, da qual as opressões também são produzidas (seja pelo trabalho doméstico como responsabilidade natural das mulheres ou da monogamia compulsória). Apenas uma pequena parcela pode usufruir dessa "ampliação da cidadania e dos direitos democráticos". Pois, é apenas uma parcela que pode acender socialmente para reproduzir essa ordem de poucos privilegiados e assim apaziguar os movimentos questionadores quando tem esse poder de representar setores muito atacados por esse sistema. Por isso, confiamos nas saídas coletivas, protagonistas da vida e do mundo que estamos colocando de pé ao derrubar as paredes e os pilares que sustentaram por longos anos um grupo parasita possuidor de privilégios inquestionáveis.

Por isso que se tomamos os privilégios como uma forma de escancarar que se vive muito pior sendo travesti do que uma pessoa cisgênero, compartilhamos da denúncia, mas não chamamos de privilégios, mas sim, direitos não alcançados, uma vez que as pessoas cisgêneros, enquanto grupo de pessoas não - trans, não obtém benefícios sob as costas da comunidade trans. Pois, a divisão das classes sociais e o Estado são preponderantes aos privilégios, pois organizam a sociedade a serviço de sua exploração, então, submetem as massas a ideologia dominante difundido seus preconceitos e a divisão necessária entre os "de baixo" para que possam seguir com os privilégios de não trabalhar, de viver como burocratas e burgueses.

A experiência da revolução Russa, longe de um drama herói - vilão,  do monólogo e do personalismo se demonstra a experiência do processo mais avançado da luta dos oprimidos e explorados, quando os trabalhadores constituíram seu próprio Estado, a serviço da revolução internacional e do desenvolvimento humano. Contra qualquer idealização, é sobretudo um processo que precisa ser estudado para que nos apropriemos de seus erros e acertos para que estejamos mais armados na luta por nossa emancipação.

A fase imperialista, isto é, quando o capitalismo não pode mais desenvolver as forças produtivas, significava para o grande revolucionário Lenin que a burguesia era reação em toda linha. Isso significa que mesmo as demandas mais sentidas e que em outro capitalismo poderiam ter sido alcançada, hoje, frente a divisão da dominação entre os países imperialistas só podem ser estendida e garantida na vida para o conjunto da população com uma luta efetiva da classe trabalhadora. Nesse sentido que só poderá ser interessante esta divisão entre os movimentos sociais da classe trabalhadora para os nossos inimigos, pois impede que a classe trabalhadora atinja seu potencial revolucionário e faz com que os movimentos sociais sigam as agendas dos grandes bancos mundiais, FMI sem ao menos dar-se conta.

É frente o que ficou conhecido como "crise de direção", que para o grande revolucionário russo Leon Trotsky seria o mesmo que "crise da humanidade" é da necessidade de se alcançar a saída emancipadora para nossas opressões e exploração a partir da síntese lutas seculares entre os oprimidos e opressores, exploradores e explorados e poder atualizá-la de maneira a torná-la realista e possível. Resgatar essa tradição, a história da luta de classes, as principais batalhas que já realizamos, derrotas ou vitórias, é a única maneira de podermos avançar, sem ter de partir do zero. É a única maneira de solucionar essa crise da humanidade que não pode se desenvolver por completo pelos limites impostos pelo capitalismo. É portanto, a crise de estratégia, de organizações revolucionárias, de sujeitos capazes de colocar abaixo este regime. E com essa clareza que buscamos lançar luz com o marxismo revolucionário a apaixonante tarefa e anseios de um mundo verdadeiramente livre e igualitário.

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