segunda-feira, 3 de novembro de 2014

GREVE USP: Debate sobre machismo, homofobia e transfobia







A heroica batalha da greve das estaduais paulistas, com centro na Universidade de São Paulo, produziu incontáveis exemplos do potencial revolucionário da classe trabalhadora em responder de conjunto os anseios da população. Seja no ato de doação de sangue que gritavam que "Enquanto os trabalhadores doavam seu sangue à população, a reitoria e o governo doavam sangue as empresas", ou com a doação de cestas básicas às vítimas do incêndio da favela do Piolho (SP) em meio ao ataque sofrido de corte ponto, com muitos funcionários sem receber um mês inteiro de salários, os trabalhadores davam mais visibilidade de que projeto de sociedade podem construir.

Entre tantas histórias e anedotas que grandiosas lutas deixam, se recuperou o fio de continuidade da tradição revolucionária de buscar uma saída operária para as opressões. Com o escandaloso assassinato de João Donati de Goiânia, os trabalhadores da USP agiram prontamente votando em seu comando de greve a ida de uma delegação prestar repúdio a homofobia e total solidariedade aos familiares. Carregaram no ato uma faixa que dizia "João Donati Presente! Punição aos responsáveis por sua morte! Abaixo a homofobia! Trabalhadores da USP em greve". Discutindo o papel da universidade em produzir ideologias que justifiquem a homofobia, seja "cientificamente" ou ideologicamente, os trabalhadores da USP se colocavam na luta para garantir a educação e a saúde a população LGBT, mas em confronto direto com inimigos dos setores oprimidos, que são os mesmos que os seus: governos, polícia, reitoria e o Estado capitalista.

Após o ato, a secretária de mulheres do Sindicato dos trabalhadores da Usp (SINTUSP) convocou uma atividade INÉDITA no movimento sindical, mesmo dentro da esquerda, para discutir "Machismo, homofobia e transfobia" reunindo mais de 100 trabalhadores, que no meio de sua greve, puderam ver a importância de ganhar aliados nesta batalha e que sua luta, enquanto classe, não poderia se desligar da luta pela emancipação do conjunto da humanidade, tendo os setores oprimidos na linha de frente.

Abaixo reproduzo o vídeo emocionante com o debate na integra, uma das mais profundas demonstrações do papel que os sindicatos devem cumprir para reconstituir a ponte entre os movimentos sociais e o movimento operário. Uma ideia condensada do que chamamos de hegemonia proletária, isto é, quando os trabalhadores se apresentam como a classe que pode revolucionar a sociedade, arrastando consigo as bandeiras dos setores que mais sofrem com o capitalismo.

Viva a vitóriosa greve da USP! Viva a aliança revolucionária entre trabalhadores e LGBT!
Pela livre construção de idetidade de gênero, pro um sexualidade livre e plena para todos!


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