quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

VÍDEO: Andrea D'Atri no ato do PTS / Fala completa



 






Aqui me acompanham dirigentes operárias de nosso partido,
junto às indomáveis mulheres de LEAR, a comissão de Mulheres da Donnelley,
trabalhadoras da alimentação, da indústria textil, aeronautas, telefonistas,
funcionárias públicas, do transporte, professoras, da saúde, estudantes
secundaristas e universitárias, companheiras da cidade de Buenos Aires, e
também da grande B.A., Salta, Jujuy, Tucumán, Mendoza além de companheiras e
companheiros do movimento de lésbicas, gays e transexuais.

Com elas e eles, mas também com muitas e muitos de vocês
compartilhamos importantes batalhas na luta por nossos direitos este ano.
Nos mobilizamos e travamos uma grande luta política no
Encontro Nacional de Mulheres contra o pacto do governo com o Vaticano que
terminou com uma reforma reacionária do Código civil, que outorgou à igreja um
status jurídico privilegiado e impôs um novo obstáculo à nossa luta pelo
direito ao aborto. Dissemos “Basta que o governo e a Igreja decidam por nós!
Separação da Igreja do Estado!”

Também acompanhamos nosso deputado Nicolás del Caño quando
interpelou o chefe do Gabinete no Congresso, denunciando o pacto do
kirchnerismo com o PRO, em não tratar do projeto de lei da Campanha Nacional
pelo Direito ao Aborto que com dez anos ainda não apresenta resultados.
Frente ao horror dos brutais feminicídios, que tiram a
vida de uma mulher a cada 30 horas, assassinadas pela violência machista,
gritamos bem forte: “Se tocam uma nos organizamos em milhares!” Mas também
denunciamos que o maior feminicídio quem comete é o Estado, ao condenar as mais
pobres às conseqüências letais do aborto clandestino. 300 mulheres jovens
morrem a cada ano por esta causa!

O kirchnerismo votou há dois anos, às pressas, uma lei
contra o tráfico de pessoas quando éramos milhares nos manifestando, em muitas
cidades do país, contra a injustiça que deixou livre os sequestradores de
Marita Verón. Mas não esquecemos que, também rapidamente, aprovou aumentos descomunais
à polícia corrupta que está envolvida em todos os grandes delitos e fazem
parte, dão cobertura, são proxenetas ou clientes destas redes de tráfico.
O kirchnerismo festeja cinicamente sua “década ganhadora” em
cima do desemprego, ao passo que mandou todos estes meses a polícia federal para
reprimir as famílias que enfrentaram as demissões. E também mantém as condições
de flexibilização trabalhista imposta pelo menemismo, aonde metade das mulheres
que trabalham estão precarizadas.

Nesta nova aliança com o Vaticano, o kirchnerismo parece que
esqueceu da cruzada do então cardial Bergoglio contra o casamento igualitário,
da mesma maneira que “esqueceu”, há mais de dois anos, de regulamentar o pleno
acesso à saúde pública que se corresponde por lei às pessoas trans.
Muito menos é capaz de resolver a inclusão destas pessoas no mercado de
trabalho, como se propõe o projeto de lei da Frente de Esquerda. Por isso
marchamos no Dia do Orgulho e lutamos pela liberdade sexual e contra a
discriminação de lésbicas, gays e transexuais.

E a oposição que também comunga com o Papa, que também
é antioperária, que é homofóbica e reacionária, agora que o kirchnerismo
terminou de roubar sua agenda direitista (e, digamos, frente à passividade
obediente de sua ala progressista), não tem com o que diferenciar-se… Desta
casta política clerical, que administra o negócio dos capitalistas, as mulheres
e a comunidade gay, lésbica e trans não devem esperar nada!

Pão e Rosas e o Partido dos Trabalhadores Socialistas,
enquanto uma força política conseqüente na luta pelos direitos democráticos,
que trava estas batalhas nos locais de trabalho, contra as patronais, nos
sindicatos contra a burocracia sindical; nas ruas, contra o governo e suas forças
repressivas; no Congresso e nas Legislaturas, com nossos deputados e deputadas;
estamos convencidos e convencidas de que, dificilmente poderemos quebrar a
férrea unidade direitista do governo, a oposição e o Vaticano, se não
redobrarmos os esforços para por de pé um movimento de milhares de mulheres e
milhares de lésbicas, gays e transexuais, com independência do governo e da
oposição patronal, confiando somente em nossas próprias forças e nossa
mobilização para arrancar desta degradada democracia dos ricos, todos os
direitos que nos permitam atenuar nosso sofrimento e limitar suas injúrias.

Estamos na primeira fila da luta pelos direitos
democráticos, mesmo sabendo que sob este regime social de exploração e miséria,
nem sequer os mais mínimos direitos que arrancarmos com nossa luta, estarão
garantidos de uma vez e para sempre. Frente a cada solavanco das crises
econômicas, políticas ou sociais, vemos como recortam nossos direitos.

E somos conscientes de que enquanto não rompermos
definitivamente as correntes da exploração que escraviza milhões de seres
humanos e sobre as quais se mantém e sustenta este regime social de miséria,
desigualdade e humilhação, nem as mulheres nem nenhum outro grupo social
oprimido alcançarão sua emancipação definitiva.

Por isto, é necessário construir uma esquerda da classe
trabalhadora, a única classe que pode fazer voar pelos ares a ordem de miséria
e morte dos capitalistas, seu Estado e suas instituições a serviço de garantir
a exploração e a opressão; a única classe social que, fazendo-se eco de todos
os abusos e violências que impõem o capitalismo, pode encabeçar uma aliança com
os setores mais atingidos, para derrotar este regime de desigualdade.

É necessário construir um partido que levante nossas
demandas na única perspectiva realista para a emancipação da humanidade: a
perspectiva de atacar o poder dos capitalistas com uma luta revolucionária, por
um governo da classe trabalhadora e pelo socialismo internacional.
Como disse a grande revolucionária Rosa Luxemburgo,
“queremos uma nova sociedade e NÃO estabelecer algumas modificações
inessenciais na antiga sociedade que nos escravizou”. Sim. Uma nova sociedade,
onde se tenha liquidado a exploração do trabalho assalariado e o fardo do
trabalho doméstico, esta jornada extra de trabalho gratuito que hoje
recai majoritariamente sobre as mulheres. Uma nova sociedade na qual
conquistemos o tempo livre para a expansão da nossa criatividade, e em que
homens e mulheres, heterossexuais, lésbicas, gays e transexuais, velhos e
jovens vivam as suas diferenças em igualdade, livres de toda opressão.

Por isto, da nossa perspectiva, a luta pela emancipação das
mulheres não é um combate no qual participam apenas as mulheres; nem a luta
pela libertação sexual é uma luta apenas das lésbicas, dos gays e das pessoas
trans. É parte da luta da classe trabalhadora, contra o machismo, o
sexismo e a homofobia, como também contra o nacionalismo, a xenofobia e outros
preconceitos impostos pela burocracia sindical, para dividir-nos e manter o
domínio dos capitalistas e de seu Estado.

Estamos orgulhosas da esquerda que estamos construindo, aonde nossos
companheiros operários não lutam somente pelo seu aumento salarial, contra as
demissões, por arrancar os sindicatos da burocracia, mas também por desalojar
estes preconceitos reacionários das próprias fileiras de nossa classe.

Como dizia Leon Trotsky, “Se na realidade queremos
transformar a vida, temos que APRENDERhttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png à
vê-la através dos olhos das mulheres” e eu complemento... e de todos os mais
oprimidos entre os explorados. Convidamos a todas e todos vocês a fazer suas
esta perspectiva, a ver a vida com estes olhos. É a única perspectiva que faz
com que esta vida miserável à qual fomos condenadas e condenados pelo capital,
valha a pena ser vivida.

Viva a luta das mulheres pela sua emancipação!

Viva a luta internacional da classe operária!

Viva o partido mundial da revolução socialista!



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